quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Natal e os excessos

Acabei de chegar da rua, e está calor em excesso. Uma espécie de treinamento para aguentar queimar durante a eternidade no fogo do inferno. Além de um sol de lascar, há prédios em excesso (a especulação imobiliária manda em excesso na cidade, não é mesmo srs. vereadores?), o que faz com que o ar circule muito pouco, e a sensação térmica beire o insuportável.

Há também carros em excesso, apesar da cidade ser relativamente pequena, e tudo ser relativamente perto. O carro em Natal virou objeto de gozo, como se só pudesse ser feliz, possuindo um, e de preferência novo, caro e imenso, para desfilar perante os demais boçais. Se por um lado temos carros em excesso, não temos vias espaçosas, tampouco ciclovias. As obras de mobilidade sequer começaram, além do que, tocadas por incompetentes, temo pelo pior. Já as ciclovias, não são prioridade para essa gente que não abre mão de sua Land Rover.

Aliado ao calor infernal, prédios por todos os lados e o trânsito caótico, vemos os serviços básicos sucateados, nosso principal problema. Saúde, educação e segurança com suas fragilidades escancaradas, o que escancara na verdade, a incompetência e a "má vontade", em excesso, de nossos gestores.

Sendo assim, famílias são mandadas para longe pela especulação imobiliária (com total benevolência dos nossos políticos, como já dito anteriormente), para construirem prédios imensos que prejudicarão a circulação do ar da cidade. Já as famílias mandadas para longe, para zonas mais periféricas, possuem acesso muito limitado à saúde, educação, cultura e lazer, pois infelizmente, essas não são as prioridades dos governos atuais e passados. Concluindo, entendo que seja essa a fórmula do caos que está sendo gerado na cidade, que só será solucionado se o nosso quadro social for revertido. Não acredito que a solução seja colocar policias em excesso nas ruas.