terça-feira, 25 de setembro de 2012

porque ainda prefiro o chapolin

Há alguns dias estava distraído em casa, quando comecei a zapear, e me deparei com o filme do Homem de Ferro (acho que o 2), um dos meus super heróis de infância favorito, então, parei para assistir um pouco. Vi que se tratava de mais um filme de heróis altruístas, um sujeito riquíssimo que simplesmente decidiu salvar o mundo, sozinho, como todo filme de herói americano. Uma mensagem clara de individualismo, e de que alguém teoricamente superior a você, surgirá para salvá-lo.

Aí hoje, conversando com meu amigo João, chegamos nesse assunto, e seguimos falando dos demais heróis.

A mesma lógica do Homem de Ferro, é a do Batman. Homem riquíssimo, e pelos vistos também altruísta, que ao invés de ir viver seu romance com o Robin, ou com a Mulher Gato, sei lá, decide salvar Gotham City. O Batman também é sempre um bonitão, enquanto seus inimigos são feiosos. Os feios não podem ser bons....

Já o Super Homem, e o Homem Aranha (este foi o herói favorito da minha infância), além de viverem às voltas com suas amadas (porque as mulheres sempre aparecem para emperrar a vida do herói?), carregam em suas vestimentas uma mensagem nacionalista clara, afinal, nunca vi uma aranha com as cores da bandeira americana. Ambos são jornalistas, ambos foram criados por volta da década de 30 (me corrijam se eu estiver errado), época que o jornal impresso era fortíssimo, tentativa clara de colocar a mídia e seus profissionais no pedestal, com uma áurea de confiabilidade e heroísmo.

Nesse bonde, não sei porque chegamos ao He-Man, herói também altruísta, juntamente com toda a família real de Eternia, da qual faz parte (alô oligarquia). Assim como quase todos os heróis, ele atende a um padrão de beleza bem específico, assim como o resto da família real, em detrimento dos vilões, que não agradam visualmente. O mais sinistro desse herói, é o fato do POVO de Eternia simplesmente não aparecer durante o desenho, exceto no fim, para aplaudir a bondade da família real branca e atlética.

Podíamos ter falado sobre mais heróis, mas acabamos chegando no Chapolin Colorado. O aparentemente mais bobo, mas que para nós é o melhor. Além de latino, como nós, não atende a padrões de beleza, é baixinho e sua beleza externa não é daquelas que estampa capas de revista. E o melhor dele, por mais atrapalhado que seja, sempre, bem ou mal, acaba resolvendo o problema, e ao contrário dos demais, SEMPRE com a ajuda e a participação de todos. Coletividade, sempre!

Sigam-me os bons!