quinta-feira, 29 de setembro de 2011

ontem eu vi Ronaldinho

Ontem, ia eu após sair do trabalho, a relaxar depois de uma manhã cansativa, e avistei Ronaldinho. Lembra seu homônimo, apesar do cabelo curto e muitos quilos a menos. Continua bem abaixo do peso, mas não muito mais do que da última vez que eu o tinha visto. Chamei ele, perguntei como ele estava, ele limpou o vidro do meu carro, eu dei um agrado, e falei pra ele ter cuidado com as pedras. O sinal abriu.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

a escola invisível

Há uns dias, enquanto estava na escola, a trabalhar, e a observar aquela manhã movimentada, lembrei do meu tempo de estudante secundarista, depois do meu tempo de graduando em Pedagogia, e em seguida voltei ao presente e não consegui parar de pensar na contradição existente entre discurso e prática na escola brasileira. Em cursos de licenciatura, professores e graduandos repetem à exaustão o clichê de que o papel da escola é "formar o cidadão crítico-reflexivo". "Formar o cidadão crítico-reflexivo" nada mais é que apenas um clichê, repetido à exaustão em escolas e instituições de Ensino Superior.

Nosso modelo de escola no Brasil está falido. Não conseguimos, até por ser difícil, formar o cidadão, tampouco um cidadão crítico-reflexivo. Pelo contrário, a escola brasileira é apenas um aparelho reprodutor da ideologia dominante. Na escola não se desenvolve a crítica e a reflexão sobre o que está posto. Escolas e cursos de graduação em licenciatura, principalmente em Pedagogia, mais parecem a Grécia antiga, com um discurso muito democrático, e uma prática escravocrata.

Como exemplo, cito o que vivi em 2006, no meu último ano como estudante secundarista. O coordenador da minha escola foi até as salas para orientar os alunos a não participarem do MPL - Movimento Passe Livre. Caso participassem, que não fossem fardados. No bom português: "não queremos que reivindiquem seus direitos, e não queremos ter nossa imagem vinculada a atos de cidadania". Essa é a escola brasileira, formadora de dóceis ovelhas conservadoras, raríssimas são as exceções.

Aqui no RN, por exemplo, alunos concluem o ensino médio sem saber quem são os Alves e os Maias, e o que eles representam. Conseqüentemente, votam neles sem nada questionar, e perpetuam ainda mais o coronelismo, que muitos também saem da escola sem saber o que é, ou então, dão pouca importância. O cidadão crítico que a escola diz formar, ou querer formar, é o que é incapaz de decodificar mensagens midiáticas, aceitando assim, tudo o que vê nos meios de comunicação, como um Homer Simpson, que uma vez disse que "A tv não mente". Em decorrência disso, não me surpreendo quando vejo indivíduos se envolverem tanto com novelas, BBB's e futilidades do tipo, como se fosse algo, de fato, importante para suas vidas.

Além disso, e várias outras coisas, nossos alunos saem da escola com uma consciência de classe pífia, assim como seus professores. Muitos deles fazem greve para ficar em casa descansando. Apontam os baixos salários como culpados pela situação que a educação se encontra. Concordo que é vergonhoso o salário dos docentes da educação básica, e que estes merecem salários mais dignos, mas afinal, um salário baixo apenas desmotiva, ou desqualifica o sujeito, também? E a infra-estrutura da escola, e as políticas de formação continuada, onde ficam? Relegadas a segundo plano, e imediatamente esquecida quando o Governo oferece umas migalhas de aumento.

Infelizmente, de modo geral, a escola no Brasil nada mais é que uma lojinha de diplomas. Quem tem mais grana, compra bons diplomas, diplomas estes, que permitirão conquistar outros bons diplomas. Quem não tem, fica assim mesmo, ou espera ajuda divina. É importante, e já passou da hora de repensarmos sobre nosso modelo de escola, assim como é importante que muitos pais e professores repensem sobre suas práticas educativas.

domingo, 11 de setembro de 2011

verdadeiro 11 de Setembro: chileno

Interessante colocar na balança o destaque que nossa grande (e velha) mídia dá para o 11 de Setembro americano, e o 11 de Setembro chileno.

Se por um lado, o 11 de Setembro americano foi chocante pelas imagens, e representou um marco para a era da informação, por outro lado, o 11 de Setembro também representa um atentado terrorista, um atentado terrorista contra a democracia, que culminou no Golpe de Estado de 1973, contra o Governo socialista de Salvador Allende, eleito democraticamente pelo povo, que conseguiu significativos avanços sócio-econômicos.

Mas de fato, não se pode cobrar que o cruel Golpe chileno, financiado pelo Tio Sam, seja lembrado e discutido por uma mídia golpista, tendo na Globo seu principal símbolo. Globo esta, que foi concedida a Roberto Marinho, pelas mãos de militares, que chegaram ao poder pelo golpe de 1964, também financiado pelos Estados Unidos. Relembrar o golpe chileno representa lembrar as conquistas socialistas destruídas no Chile, relembrar também, as ditaduras sul americanas financiadas pelos Estados Unidos, e nos fazer chegar à conclusão de que, afinal, os Estados Unidos não simboliza nem um pouco a democracia, pelo contrário, simbolizam a tirania, tirania essa que eles dizem lutar contra.

11 de setembro e o terrorismo no Chile
Por Augusto Buonicore: http://altamiroborges.blogspot.com/2011/09/11-de-setembro-e-o-terrorismo-no-chile.html

Chile - 11 de Setembro de 1973: http://naoapaguemamemoria2.blogspot.com/2007/09/chile-11-de-setembro-de-1973.html