quinta-feira, 30 de junho de 2011

ah, as redes sociais...

Hoje passei por uma situação inusitada no twitter.

Dia 28, o guitarrista do Sepultura, Andreas Kisser, estava nos TT’s do Brasil, daí eu escrevi:
"Avisem ao Andreas Kisser que o Sepultura acabou com a saída do Max. Obrigado."

Daí há pouco, recebi um reply da mulher do Andreas dizendo:
"@MazelaHumana eu dei o recado e o @andreaskisser mandou te convidar pro próximo show do Sepultura próximo a vc, VIP claro! Já ouviu #Kairos"

Respondi a ela que eu só iria se ele pagasse, aí ela respondeu:
"@MazelaHumana exatamente isso, vc é convidado VIP, assiste de onde quiser e se num gostar, de verdade, eu aceito sua crítica! fechado?"

Trocamos mais uma idéia, um seguiu o outro, e combinamos que quando tivesse Sepultura aqui pelas áreas, eu iria pra sacar o som.

As redes sociais e suas possibilidades de comunicação...

segunda-feira, 27 de junho de 2011

porra, professor!

Nós, professores, reclamamos demais dos baixos salários pagos à classe. Reclamamos com muita razão, nossos salários não estão de acordo com a importância da profissão para a sociedade. Mas será só isso?

Hoje fiquei sabendo que uma das escolas particulares mais caras e "badaladas" da cidade, paga menos de 300 reais (280 ou 290, para ser mais preciso) para os professores estagiários do Ensino Fundamental Inicial. E mais, há FILA para conseguir esse estágio.

Alguns podem dizer que "muitas pessoas precisam do dinheiro", e eu respondo: na rede pública se paga melhor.

Aceitar um salário ultrajante desses, só por status, por trabalhar numa escola "bem conceituada", ou por não querer lidar com a realidade nua e crua da periferia. Chego a pensar se, atuando na rede pública, recebendo um salário patético desses, dariam o sangue como dão na rede privada, ou adotariam a prática vergonhosa do "migué".

A consciência de classes dos profissionais da educação chega a ser risível.

domingo, 26 de junho de 2011

cruel...

Hoje vi uma cena curiosa: dois garotos, ambos com menos de 10 anos de idade, fazendo malabarismo num sinal de trânsito. Eis que parou um carro luxuoso, e o casal pomposo que ia dentro, gostou do "espetáculo", riram e aplaudiram.

Naquele mesmo instante, fiquei a pensar se, primeiramente, era digno de aplauso ver crianças fazendo malabarismos em sinais de trânsito, e segundo, se eles teriam a mesma postura se fossem os filhos deles.

É aquela coisa: "pimenta no cu dos outros é refresco, e eu ainda aplaudo!"

domingo, 12 de junho de 2011

fizemos história!

Hoje faz seis dias que ocupamos a Câmara Municipal de Natal.
Há seis dias, apartidários (como eu), anarquistas, militantes do PT, PSTU, PCdoB e de grupos feministas estão juntos, ocupando a câmara reivindicando mudanças nas estruturas políticas da cidade do Natal. Pedimos a CEI dos mais de 100 aluguéis irregulares da Prefeitura da cidade, e o consequente impeachment da prefeita.

Ao longo desses seis dias, todas essas pessoas conversaram, fizeram plenárias, discutiram sobre variados assuntos (em sua maioria, política, obviamente), brincaram, jogaram peteca, viram filmes e debateram sobre eles, limparam a câmara para mantê-la em ordem, e cooperaram. Vaidades, convicções políticas, tudo isso foi deixado de lado, viramos quase uma família.

Fizemos história ao ocupar pela primeira vez o pátio da Câmara Municipal de Natal. Todos que lá estavam ao longo desses dias irão se lembrar desses dias pelo resto de suas vidas. Infelizmente tive que deixar meus companheiros hoje, pois amanhã trabalho cedo, mas mentalmente estou junto a eles, e será muito difícil dormir hoje. Amanhã sairei mais cedo do trabalho para me juntar a eles, e se for o caso, desocupar a Câmara através de forte repressão policial.

Gostaria de poder escrever mais sobre o que se passou ao longo desses seis dias, mas confesso não ter palavras para descrever. Saí de lá completamente frustrado, triste pro sair daquele ambiente tão aconchegante... 6 dias que NUNCA serão esquecidos.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Tá ocupada!

Hoje foi demais, arrisco-me a dizer que, politicamente, foi um dos dias que mais fizeram sentido na minha vida.

Cheguei à praça cívica no horário marcado, às 9 horas. Haviam poucas pessoas e o céu estava nublado. A STTU boicotou a saída da Kombi com o som, a chuva começou a cair com força, o que fez com que o pessoal se abrigasse debaixo das marquises. Pensei: "fudeu, vai esfriar o movimento". Eu e mais uns colegas agitamos o pessoal, e saímos debaixo de uma forte chuva.

Durante o caminho foi juntando mais gente, porém não impediu que marginais pró-Micarla aprontassem mais uma vez: fui atingido por uma pedra nas costelas. Paramos na porta da prefeitura que teve sua porta bloqueada pela Guarda Municipal. Gritamos contra os desmandos da prefeita (Aluguéis, copos superfaturados, zoológico imaginário...), e seguimos rumo ao outro antro da bandidagem da cidade, a Câmara Municipal.

Chegando lá, as portas estavam abertas, e entramos. Gritamos pela CEI dos Alugueis que corre o risco de ser barrada pela bancada da situação, e gritamos contra essa mesma situação, que sustenta o desgoverno da prefeita. Levarei para a tumba a cena daqueles bandidos nos olhando assustados, pasmos com nossa presença ali.

A Câmara segue ocupada.

http://www.nominuto.com/multimidia/tv-nominuto/foramicarla-faz-passeata-no-centro-de-natal/1588/

quinta-feira, 2 de junho de 2011

mais protestos, prefeitura marginal e a geração sofá.

Ontem ocorreu em Natal mais um protesto contra a pior prefeita de todos os tempos, Micarla.

Novamente, foi lindo ver a grande quantidade de pessoas mobilizadas. Foi irado ver a quantidade de apartidários e o apoio que recebemos das pessoas presas no trânsito.

Mas agora, prefiro mostrar o lado negativo do ato. Continuamos pouco politizados, e o reflexo disso são nossos gritos. Normal isso num protesto com pouca organização, mas é preciso mudar. Outro fato lamentável, era o grupo de marginais pró-Micarla, que roubaram bandeiras e jogaram bombas nas pessoas. Esse é o nível da turma que (di)gere a cidade.

Por fim, ao chegar em casa, noto pessoas que, assim como toda a população de Natal, sofrem com esse desgoverno e reclamam dele, em maior ou menor intensidade, ironizando o movimento. Ou seja, são pessoas acomodadas, que não levantam o traseiro da cadeira para reivindicar melhorias, mas adoram ficar reclamando quando são prejudicadas diretamente. É a geração "sofá e leite com pêra".

Enquanto a mentalidade institucionalizada não mudar, nada muda.