terça-feira, 13 de março de 2012

algumas reflexões em torno do ato de pedalar

Decidi organizar esses pensamentos vagos após dar algumas pedaladas, e ao longo do caminho, refletir sobre o que eu ia vendo e vivendo. É importante refletirmos sobre nossas ações, por mais banais que pareçam, para que não cairmos num lugar comum, apenas reproduzindo práticas sem refletir minimamente sobre elas. Acredito que a maioria dos ciclistas já devem ter pensado sobre isso, mas como o blog é meu, postarei assim mesmo (hahaha).

1- O ciclista por si só já é um agente multiplicador, na medida em que pedala por aí e é visto. A "militância ativa e muda" causa impacto, e leva algumas pessoas a pensar em adotar a bicicleta, seja como lazer, seja como meio de transporte propriamente dito.

2- Um dos nossos vários inimigos, além dos buracos nas ruas (gestão Micarla de Sousa), são os grandes desníveis entre as calçadas, ou então um meio fio que mais parece uma parede de tão alto. É importante tocar nesse assunto, uma vez que o assunto da vez é "mobilidade urbana", e nossas calçadas se encontram desta maneira. Se para nós, ciclistas, essa barreira já incomoda, não é difícil imaginar que causa muito mais transtorno a um cadeirante, ou um idoso, por exemplo.

3- De oprimido, a opressor: infelizmente uma parte considerável das motos não nos respeitam. Quando o oprimido passa a ser opressor, ele tende a ser ainda mais sádico do que seu antigo opressor, e alguns motoqueiros parecem não lembrar a violência que sofrem dos carros, e reproduzem o terror contra os ciclistas. O mesmo pensamento deve guiar os ciclistas. Muitos trafegam pelas calçadas (visto que não existem ciclovias na cidade), e precisam ser sensíveis aos pedestres, que não podem ter seu espaço violado.

4- Além de respeitar a distância de 1,5 metro do ciclista, os motoristas de carros (também de motos e veículos maiores), precisam lembrar de usar a sinalização, em especial a seta, ou sinaleira, como prefiram. A comunicação no trânsito fica comprometida a partir do momento que instrumentos de comunicação não são usados, e quem sofre são os menores: ciclistas e pedestres.

5- Como dito anteriormente, "obras de mobilidade" virou um assunto em pauta na cidade devido à Copa do Mundo 2014. É importante que não só ciclistas, mas toda a população reivindique a presença de ciclovias na cudade, visando promover realmente uma "mobilidade social", e incentivar o hábito saudável de pedalar.

5 comentários:

A vivente do Apê. disse...

Tenho pensado demais em adotar a bicicleta como meio de transporte p ir e vir do trabalho, estou planejando fazer um teste no find.
Ontem o ônibus lotado que eu me encontrava atropelou um ciclista na estrada da Redinha, não sei sobre seu estado, o que sei é que os ciclistas como você disse não são respeitados. O texto ficou bom. Vei em um momento oportuno!

Leonardo disse...

Herculano, infelizmente, por ausência de ciclovias, muitas vezes, em alguns lugares, o lugar mais seguro para se transitar, são as calçadas. Tá errado? Tá! Mas se não tem ciclovia, é melhor do que ser atropelado por um ônibus.

herculanopedal disse...

Não. Calçada não pode incomodar ciclista. Ciclista não é para estar na calçada. A calçada só incomoda o ciclista como pedestre. E tem razão. Tem até calçada com paralelepípedo. Cada morador querendo enfeitar a sua e no final, as calçadas da rua ficam um atraso só e o que piora a situação são pedestres tendo que usar a rua porque fica intransitável caminhar pelas calçadas. Tenta fazer isso com um carro de bebê...

herculanopedal disse...

Ok. Mas façamos desmontados.

Leonardo disse...

Herculano, acabo de chegar de uma pedalada. Ia eu com minha bicicleta, e eis que aparece um ônibus alternativo e me imprensa contra um carro, deixando um espaço MÍNIMO para eu passar. Olho para o motorista que estava FALANDO AO CELULAR, faço um sinal negativo com a cabeça, e o sujeito me pergunta o que houve. Falei que devia manter uma certa distância dos ciclistas, aí então o sujeito me chamou de babaca, depois disso, falei que era proibido falar ao telefone enquanto dirige, aí o sujeito descambou e mandou eu me fuder, e me chamou de filho da puta.

Depois disso, me restou ir pela calçada. Depois de perder o ônibus de vista que voltei para a rua...