segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

ah, a educação... pt. 3

Hoje as aulas reiniciaram... mas esperem, antes quero voltar um pouco no tempo.

Há meses atrás, quando entrei na escola, encarei aquilo apenas como uma experiência profissional, um incremento pro meu currículo. Os tempos foram se passando, e o inevitável foi acontecendo: fui me apaixonando cada dia mais pelos meus alunos, mesmo aqueles que eu sentia que me olhavam ressabiados, mesmo aquele que, por impulso foi mal educado comigo, e por orgulho se negou a pedir desculpas e até hoje não fala comigo. Com a mesma idade, eu era ainda mais impulsivo com atitudes e palavras, e muito mais orgulhoso. Teria eu, o direito de condena-lo? Não. Por me identificar com esse momento que esse jovem passa, amo-o ainda mais.

O fim do ano foi chegando, boa parte dos alunos passou por média, e um vazio tomou conta de mim. Me entristecia muito ver a escola quase vazia. Depois acabou a recuperação, e o vazio aumentou ainda mais. Uma escola sem seus alunos, é um corpo sem alma. Chegaram as férias, deu pra descansar, estudar, mas o tempo foi passando e a saudade daquelas figuras foi aumentando, a tal ponto, que eu contava os dias para as aulas recomeçarem.

E o grande dia chegou! Pouco a pouco eles foram chegando, e a expressão de felicidade com satisfação em seus rostos ao meu ver, já me fez ganhar o dia. Mas calma, não seria tudo. Ao apresentar a equipe da escola para os alunos, ao chegar no meu nome, eles misturaram vibrações, com aplausos, e aquilo tudo me fez a pessoa mais feliz do mundo naquele momento.
Trabalhar na educação é isso: ralar, suar, por vezes até se estressar mas, saber que seremos recompensados com pequenas atitudes como essas, que nem passa pela cabeça deles, o quanto nos faz feliz.

Um comentário:

Ela disse...

"Eu sou um intelectual que não tem medo de ser amoroso, eu amo as gentes e amo o mundo. E é porque amo as pessoas e amo o mundo, que eu brigo para que a justiça social se implante antes da caridade."

" amar é um ato de coragem"

Paulo Freire