Acabei de chegar da rua, e está calor em excesso. Uma espécie de treinamento para aguentar queimar durante a eternidade no fogo do inferno. Além de um sol de lascar, há prédios em excesso (a especulação imobiliária manda em excesso na cidade, não é mesmo srs. vereadores?), o que faz com que o ar circule muito pouco, e a sensação térmica beire o insuportável.
Há também carros em excesso, apesar da cidade ser relativamente pequena, e tudo ser relativamente perto. O carro em Natal virou objeto de gozo, como se só pudesse ser feliz, possuindo um, e de preferência novo, caro e imenso, para desfilar perante os demais boçais. Se por um lado temos carros em excesso, não temos vias espaçosas, tampouco ciclovias. As obras de mobilidade sequer começaram, além do que, tocadas por incompetentes, temo pelo pior. Já as ciclovias, não são prioridade para essa gente que não abre mão de sua Land Rover.
Aliado ao calor infernal, prédios por todos os lados e o trânsito caótico, vemos os serviços básicos sucateados, nosso principal problema. Saúde, educação e segurança com suas fragilidades escancaradas, o que escancara na verdade, a incompetência e a "má vontade", em excesso, de nossos gestores.
Sendo assim, famílias são mandadas para longe pela especulação imobiliária (com total benevolência dos nossos políticos, como já dito anteriormente), para construirem prédios imensos que prejudicarão a circulação do ar da cidade. Já as famílias mandadas para longe, para zonas mais periféricas, possuem acesso muito limitado à saúde, educação, cultura e lazer, pois infelizmente, essas não são as prioridades dos governos atuais e passados. Concluindo, entendo que seja essa a fórmula do caos que está sendo gerado na cidade, que só será solucionado se o nosso quadro social for revertido. Não acredito que a solução seja colocar policias em excesso nas ruas.
quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012
segunda-feira, 12 de dezembro de 2011
Um fim de ano um tanto difícil.
Em minha avaliação, o primeiro semestre de 2011 foi muito bom. Muitas conquistas, muitas vitórias! Me formei, fui contratado, o #ForaMicarla estava a todo vapor e... veio o segundo semestre, que eu não tinha idéia do quão desastroso seria.
Logo no início de Agosto (mês do desgosto), voltei a lesionar meu joelho com gravidade. Novamente jogando futebol, rompi os ligamentos do joelho esquerdo, numa tarde de domingo chuvosa. Passei uma semana afastado do trabalho sem conseguir andar, e passei meu aniversário deitado na cama reclamando de dores. Na semana seguinte, voltei a trabalhar, mesmo que cheio de dores, e assim fui levando.
Adiei ao máximo minha cirurgia para não deixar um buraco na coordenação educacional da escola onde trabalhava, o que resultou em trabalhar muitas vezes cheio de dores, câimbras, espasmos e lesões musculares.
As lutas não pararam, apesar de não mostrarem a força d'antes. Fomos algumas vezes à Câmara Municipal fiscalizar o andamento da CEI dos Contratos, e mostrar que não esquecemos o que nossos vereadores fizeram na gestão passada (Operação Impacto), mas infelizmente, nos deparamos com a casa do povo, fechada para o povo. Me revoltei com a situação, com a tentativa de intimidação que rolou dentro da casa (fui fotografado, e escutei que queriam meu endereço para me processarem), e externei minha raiva no twitter, sem saber que isso me geraria mais problemas.
O final do ano foi se aproximando, e meu médico me ligou com a última data viável para minha cirurgia. O fim do ano se aproximava, e os alunos aprovados por média já estavam de férias. Informei à escola da cirurgia, que disse não ter problemas, que era só levar o atestado (acredito que isso foi numa terça feira).
Numa sexta feira, acordei e fui ao computador ver umas coisas, e logo cedo aquela sexta feira mostrou que seria dura comigo. Recebi a informação que a prova do concurso para professor que fiz seria anulada caso eu tivesse feito a redação com caneta azul (e eu acho que fiz). Mais tarde, no trabalho, fui demitido. Respirei fundo e continuei.
Quatro dias depois, na terça, operei meu joelho. Cirurgia marcada para as 9 da manhã, mas só fui fazê-la às 16h, e o tempo de espera aguardei no hospital, em jejum. A cirurgia foi menos dolorosa que a primeira, mas era algo que eu não queria ter que passar novamente. Muita dor física e psicológica.
Durante minha recuperação, descubro que estou sendo processado por um vereador réu num escândalo de corrupção, e o mesmo quer de mim 21 mil reais. Na minha opinião, o que motivou o processo não foram minhas palavras no twitter, mas sim o fato de eu ter metido o dedo na ferida dele (Operação Impacto). Para mim, mais uma tentativa de perseguir e silenciar integrantes de movimentos sociais.
No mais, que 2012 seja um grande ano para mim, para os meus próximos, conhecidos e para a cidade de Natal.
Logo no início de Agosto (mês do desgosto), voltei a lesionar meu joelho com gravidade. Novamente jogando futebol, rompi os ligamentos do joelho esquerdo, numa tarde de domingo chuvosa. Passei uma semana afastado do trabalho sem conseguir andar, e passei meu aniversário deitado na cama reclamando de dores. Na semana seguinte, voltei a trabalhar, mesmo que cheio de dores, e assim fui levando.
Adiei ao máximo minha cirurgia para não deixar um buraco na coordenação educacional da escola onde trabalhava, o que resultou em trabalhar muitas vezes cheio de dores, câimbras, espasmos e lesões musculares.
As lutas não pararam, apesar de não mostrarem a força d'antes. Fomos algumas vezes à Câmara Municipal fiscalizar o andamento da CEI dos Contratos, e mostrar que não esquecemos o que nossos vereadores fizeram na gestão passada (Operação Impacto), mas infelizmente, nos deparamos com a casa do povo, fechada para o povo. Me revoltei com a situação, com a tentativa de intimidação que rolou dentro da casa (fui fotografado, e escutei que queriam meu endereço para me processarem), e externei minha raiva no twitter, sem saber que isso me geraria mais problemas.
O final do ano foi se aproximando, e meu médico me ligou com a última data viável para minha cirurgia. O fim do ano se aproximava, e os alunos aprovados por média já estavam de férias. Informei à escola da cirurgia, que disse não ter problemas, que era só levar o atestado (acredito que isso foi numa terça feira).
Numa sexta feira, acordei e fui ao computador ver umas coisas, e logo cedo aquela sexta feira mostrou que seria dura comigo. Recebi a informação que a prova do concurso para professor que fiz seria anulada caso eu tivesse feito a redação com caneta azul (e eu acho que fiz). Mais tarde, no trabalho, fui demitido. Respirei fundo e continuei.
Quatro dias depois, na terça, operei meu joelho. Cirurgia marcada para as 9 da manhã, mas só fui fazê-la às 16h, e o tempo de espera aguardei no hospital, em jejum. A cirurgia foi menos dolorosa que a primeira, mas era algo que eu não queria ter que passar novamente. Muita dor física e psicológica.
Durante minha recuperação, descubro que estou sendo processado por um vereador réu num escândalo de corrupção, e o mesmo quer de mim 21 mil reais. Na minha opinião, o que motivou o processo não foram minhas palavras no twitter, mas sim o fato de eu ter metido o dedo na ferida dele (Operação Impacto). Para mim, mais uma tentativa de perseguir e silenciar integrantes de movimentos sociais.
No mais, que 2012 seja um grande ano para mim, para os meus próximos, conhecidos e para a cidade de Natal.
domingo, 4 de dezembro de 2011
Vai em paz, dr. Sócrates!
Em 1983, como uma espécie de profecia, Sócrates Brasileiro, ou para muitos, apenas Dr. Sócrates, ou "Magrão", disse que queria morrer num domingo, com o Corinthians se sagrando campeão. Assim, parecendo traçar seu destino glorioso, Sócrates faleceu logo no início desse domingo (4), véspera da decisão do Campeonato Brasileiro, que deu Corinthians, como ele queria.

Sócrates foi mais que um grande jogador de futebol. Não conseguiu ser campeão do mundo pela magnífica seleção de 82, ou campeão brasileiro pelo Corinthians, mas mesmo assim, é um gigante da história do nosso futebol. Sócrates surgiu no Botafogo de Ribeirão Preto (SP), e muitos diziam que ele não tinha futuro no esporte, pois não tinha tempo para treinar por cursar faculdade de Medicina. Entretanto, ele contrariou a todos, pois nasceu com o dom, e além de um grande jogador, foi um intelectual, um militante político de esquerda, um pensador.
Além das belas jogadas, Sócrates se destacou por liderar, nos tempos da ditadura militar, um movimento revolucionário no Corinthians, que veio a se chamar "A Democracia Corinthiana". O movimento consistia na tomada de poder das decisões do clube por parte dos jogadores, de forma democrática. Além da Democracia Corinthiana, Sócrates se engajou no movimento Diretas Já, que reivindicava eleições presidenciais diretas.
O futebol no Brasil e no mundo continua sendo o esporte com maior apelo. Os jogadores cada vez mais são elevados a status de mega estrelas, só que ao contrário de Sócrates (que também foi uma exceção), esses jogadores não usam seu poder midiático para causas realmente importantes (como a luta pela democracia, por exemplo), mas sim, para lançar penteados, participar de campanhas publicitárias, ou lançar polêmicas fúteis. Fica a reflexão de quais referenciais de atleta e de humano a juventude de hoje tem, quais valores e atitudes são exaltados, e consequentemente, quais valores e atitudes são reproduzidos pelas gerações mais novas.
Futebol e política estão - apesar de não parecer - extremamente ligados, infelizmente, essa relação só é mais perceptível nos bastidores, entre a "cartolagem" (Copa 2014 e a relação FIFA, CBF e Governo Federal é um exemplo crasso), cabendo aos jogadores apenas o papel de "peão", completamente submisso ao poder (exemplo disso é o ex-jogador Ronaldo, que mesmo rico e influente, aceitou fazer parte do comitê organizador da Copa, com uma missão clara de "blindar" o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, alvo de denúncias de corrupção).
Sócrates ia contra tudo isso, pois nunca baixou a cabeça para poderosos, tendo inclusive se manifestado contra um regime ditatorial. Sócrates podia não ser um exemplo de atleta, pois bebia bastante, mas era um exemplo de cidadão, exemplo esse que tanto nos falta hoje em dia. É, o "Doutor da bola" vai fazer falta...

Sócrates foi mais que um grande jogador de futebol. Não conseguiu ser campeão do mundo pela magnífica seleção de 82, ou campeão brasileiro pelo Corinthians, mas mesmo assim, é um gigante da história do nosso futebol. Sócrates surgiu no Botafogo de Ribeirão Preto (SP), e muitos diziam que ele não tinha futuro no esporte, pois não tinha tempo para treinar por cursar faculdade de Medicina. Entretanto, ele contrariou a todos, pois nasceu com o dom, e além de um grande jogador, foi um intelectual, um militante político de esquerda, um pensador.
Além das belas jogadas, Sócrates se destacou por liderar, nos tempos da ditadura militar, um movimento revolucionário no Corinthians, que veio a se chamar "A Democracia Corinthiana". O movimento consistia na tomada de poder das decisões do clube por parte dos jogadores, de forma democrática. Além da Democracia Corinthiana, Sócrates se engajou no movimento Diretas Já, que reivindicava eleições presidenciais diretas.
O futebol no Brasil e no mundo continua sendo o esporte com maior apelo. Os jogadores cada vez mais são elevados a status de mega estrelas, só que ao contrário de Sócrates (que também foi uma exceção), esses jogadores não usam seu poder midiático para causas realmente importantes (como a luta pela democracia, por exemplo), mas sim, para lançar penteados, participar de campanhas publicitárias, ou lançar polêmicas fúteis. Fica a reflexão de quais referenciais de atleta e de humano a juventude de hoje tem, quais valores e atitudes são exaltados, e consequentemente, quais valores e atitudes são reproduzidos pelas gerações mais novas.
Futebol e política estão - apesar de não parecer - extremamente ligados, infelizmente, essa relação só é mais perceptível nos bastidores, entre a "cartolagem" (Copa 2014 e a relação FIFA, CBF e Governo Federal é um exemplo crasso), cabendo aos jogadores apenas o papel de "peão", completamente submisso ao poder (exemplo disso é o ex-jogador Ronaldo, que mesmo rico e influente, aceitou fazer parte do comitê organizador da Copa, com uma missão clara de "blindar" o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, alvo de denúncias de corrupção).
Sócrates ia contra tudo isso, pois nunca baixou a cabeça para poderosos, tendo inclusive se manifestado contra um regime ditatorial. Sócrates podia não ser um exemplo de atleta, pois bebia bastante, mas era um exemplo de cidadão, exemplo esse que tanto nos falta hoje em dia. É, o "Doutor da bola" vai fazer falta...
sexta-feira, 11 de novembro de 2011
"gente de bem não teme a polícia"
Hoje cedo, e mais algumas vezes anteriormente, me deparei com esse papo. Me desculpem mas, nada mais CRETINO, PREPOTENTE, INGÊNUO, e dotado de uma obediência CEGA é esse discurso pré fabricado de que "gente de bem não teme a polícia". Presumo que quem repete esse mantra conservador nunca participou de um movimento social (me corrijam se eu estiver errado).
Por esse discurso subentendo que os manifestantes que ocupam a Wall Street para protestar, por perceberem que são massacrados pelo sistema financeiro são más pessoas (visto que entraram em conflito com a polícia, resultando inclusive, na prisão de CRIANÇAS). Subentendo também, que os professores do Estado de SP, que foram recebidos pela PM, do então Governador José Serra, com balas de borracha e bombas de gás, também são más pessoas, e a mesma lógica se aplica ao manifestantes do #ForaMicarla, que viveram vários momentos de apreensão, com eminentes possibilidades de invasão da PM para desocupar a CMN, que foi ocupada para reivindicar uma CEI dos contratos da Prefeitura fraudulenta. Dei só esses exemplos, mas poderia dar vários outros, como por exemplo os manifestos contra aumento de passagem de ônibus, que apesar de atropelarem a população, são duramente reprimidos pela polícia.
Acredito que, se esse tipo de gente que se presta ao papel de papagaio de Estado fascista já tivesse participado de um movimento social, que questionasse a ordem, e visse na PM, uma adversária da liberdade de expressão, inimiga de reivindicações legítimas, talvez essas pessoas pensassem diferente.
Em tempo: não quero aqui endemonizar a polícia, só quero expor meu pensamento contrário a uma generalização burra. A polícia é um braço (repressor) do Estado, logo, age de acordo com seus interesses, que em muitos casos, não representam o interesse do povo.
Por esse discurso subentendo que os manifestantes que ocupam a Wall Street para protestar, por perceberem que são massacrados pelo sistema financeiro são más pessoas (visto que entraram em conflito com a polícia, resultando inclusive, na prisão de CRIANÇAS). Subentendo também, que os professores do Estado de SP, que foram recebidos pela PM, do então Governador José Serra, com balas de borracha e bombas de gás, também são más pessoas, e a mesma lógica se aplica ao manifestantes do #ForaMicarla, que viveram vários momentos de apreensão, com eminentes possibilidades de invasão da PM para desocupar a CMN, que foi ocupada para reivindicar uma CEI dos contratos da Prefeitura fraudulenta. Dei só esses exemplos, mas poderia dar vários outros, como por exemplo os manifestos contra aumento de passagem de ônibus, que apesar de atropelarem a população, são duramente reprimidos pela polícia.
Acredito que, se esse tipo de gente que se presta ao papel de papagaio de Estado fascista já tivesse participado de um movimento social, que questionasse a ordem, e visse na PM, uma adversária da liberdade de expressão, inimiga de reivindicações legítimas, talvez essas pessoas pensassem diferente.
Em tempo: não quero aqui endemonizar a polícia, só quero expor meu pensamento contrário a uma generalização burra. A polícia é um braço (repressor) do Estado, logo, age de acordo com seus interesses, que em muitos casos, não representam o interesse do povo.
quinta-feira, 29 de setembro de 2011
ontem eu vi Ronaldinho
Ontem, ia eu após sair do trabalho, a relaxar depois de uma manhã cansativa, e avistei Ronaldinho. Lembra seu homônimo, apesar do cabelo curto e muitos quilos a menos. Continua bem abaixo do peso, mas não muito mais do que da última vez que eu o tinha visto. Chamei ele, perguntei como ele estava, ele limpou o vidro do meu carro, eu dei um agrado, e falei pra ele ter cuidado com as pedras. O sinal abriu.
quinta-feira, 15 de setembro de 2011
a escola invisível
Há uns dias, enquanto estava na escola, a trabalhar, e a observar aquela manhã movimentada, lembrei do meu tempo de estudante secundarista, depois do meu tempo de graduando em Pedagogia, e em seguida voltei ao presente e não consegui parar de pensar na contradição existente entre discurso e prática na escola brasileira. Em cursos de licenciatura, professores e graduandos repetem à exaustão o clichê de que o papel da escola é "formar o cidadão crítico-reflexivo". "Formar o cidadão crítico-reflexivo" nada mais é que apenas um clichê, repetido à exaustão em escolas e instituições de Ensino Superior.
Nosso modelo de escola no Brasil está falido. Não conseguimos, até por ser difícil, formar o cidadão, tampouco um cidadão crítico-reflexivo. Pelo contrário, a escola brasileira é apenas um aparelho reprodutor da ideologia dominante. Na escola não se desenvolve a crítica e a reflexão sobre o que está posto. Escolas e cursos de graduação em licenciatura, principalmente em Pedagogia, mais parecem a Grécia antiga, com um discurso muito democrático, e uma prática escravocrata.
Como exemplo, cito o que vivi em 2006, no meu último ano como estudante secundarista. O coordenador da minha escola foi até as salas para orientar os alunos a não participarem do MPL - Movimento Passe Livre. Caso participassem, que não fossem fardados. No bom português: "não queremos que reivindiquem seus direitos, e não queremos ter nossa imagem vinculada a atos de cidadania". Essa é a escola brasileira, formadora de dóceis ovelhas conservadoras, raríssimas são as exceções.
Aqui no RN, por exemplo, alunos concluem o ensino médio sem saber quem são os Alves e os Maias, e o que eles representam. Conseqüentemente, votam neles sem nada questionar, e perpetuam ainda mais o coronelismo, que muitos também saem da escola sem saber o que é, ou então, dão pouca importância. O cidadão crítico que a escola diz formar, ou querer formar, é o que é incapaz de decodificar mensagens midiáticas, aceitando assim, tudo o que vê nos meios de comunicação, como um Homer Simpson, que uma vez disse que "A tv não mente". Em decorrência disso, não me surpreendo quando vejo indivíduos se envolverem tanto com novelas, BBB's e futilidades do tipo, como se fosse algo, de fato, importante para suas vidas.
Além disso, e várias outras coisas, nossos alunos saem da escola com uma consciência de classe pífia, assim como seus professores. Muitos deles fazem greve para ficar em casa descansando. Apontam os baixos salários como culpados pela situação que a educação se encontra. Concordo que é vergonhoso o salário dos docentes da educação básica, e que estes merecem salários mais dignos, mas afinal, um salário baixo apenas desmotiva, ou desqualifica o sujeito, também? E a infra-estrutura da escola, e as políticas de formação continuada, onde ficam? Relegadas a segundo plano, e imediatamente esquecida quando o Governo oferece umas migalhas de aumento.
Infelizmente, de modo geral, a escola no Brasil nada mais é que uma lojinha de diplomas. Quem tem mais grana, compra bons diplomas, diplomas estes, que permitirão conquistar outros bons diplomas. Quem não tem, fica assim mesmo, ou espera ajuda divina. É importante, e já passou da hora de repensarmos sobre nosso modelo de escola, assim como é importante que muitos pais e professores repensem sobre suas práticas educativas.
Nosso modelo de escola no Brasil está falido. Não conseguimos, até por ser difícil, formar o cidadão, tampouco um cidadão crítico-reflexivo. Pelo contrário, a escola brasileira é apenas um aparelho reprodutor da ideologia dominante. Na escola não se desenvolve a crítica e a reflexão sobre o que está posto. Escolas e cursos de graduação em licenciatura, principalmente em Pedagogia, mais parecem a Grécia antiga, com um discurso muito democrático, e uma prática escravocrata.
Como exemplo, cito o que vivi em 2006, no meu último ano como estudante secundarista. O coordenador da minha escola foi até as salas para orientar os alunos a não participarem do MPL - Movimento Passe Livre. Caso participassem, que não fossem fardados. No bom português: "não queremos que reivindiquem seus direitos, e não queremos ter nossa imagem vinculada a atos de cidadania". Essa é a escola brasileira, formadora de dóceis ovelhas conservadoras, raríssimas são as exceções.
Aqui no RN, por exemplo, alunos concluem o ensino médio sem saber quem são os Alves e os Maias, e o que eles representam. Conseqüentemente, votam neles sem nada questionar, e perpetuam ainda mais o coronelismo, que muitos também saem da escola sem saber o que é, ou então, dão pouca importância. O cidadão crítico que a escola diz formar, ou querer formar, é o que é incapaz de decodificar mensagens midiáticas, aceitando assim, tudo o que vê nos meios de comunicação, como um Homer Simpson, que uma vez disse que "A tv não mente". Em decorrência disso, não me surpreendo quando vejo indivíduos se envolverem tanto com novelas, BBB's e futilidades do tipo, como se fosse algo, de fato, importante para suas vidas.
Além disso, e várias outras coisas, nossos alunos saem da escola com uma consciência de classe pífia, assim como seus professores. Muitos deles fazem greve para ficar em casa descansando. Apontam os baixos salários como culpados pela situação que a educação se encontra. Concordo que é vergonhoso o salário dos docentes da educação básica, e que estes merecem salários mais dignos, mas afinal, um salário baixo apenas desmotiva, ou desqualifica o sujeito, também? E a infra-estrutura da escola, e as políticas de formação continuada, onde ficam? Relegadas a segundo plano, e imediatamente esquecida quando o Governo oferece umas migalhas de aumento.
Infelizmente, de modo geral, a escola no Brasil nada mais é que uma lojinha de diplomas. Quem tem mais grana, compra bons diplomas, diplomas estes, que permitirão conquistar outros bons diplomas. Quem não tem, fica assim mesmo, ou espera ajuda divina. É importante, e já passou da hora de repensarmos sobre nosso modelo de escola, assim como é importante que muitos pais e professores repensem sobre suas práticas educativas.
domingo, 11 de setembro de 2011
verdadeiro 11 de Setembro: chileno
Interessante colocar na balança o destaque que nossa grande (e velha) mídia dá para o 11 de Setembro americano, e o 11 de Setembro chileno.
Se por um lado, o 11 de Setembro americano foi chocante pelas imagens, e representou um marco para a era da informação, por outro lado, o 11 de Setembro também representa um atentado terrorista, um atentado terrorista contra a democracia, que culminou no Golpe de Estado de 1973, contra o Governo socialista de Salvador Allende, eleito democraticamente pelo povo, que conseguiu significativos avanços sócio-econômicos.
Mas de fato, não se pode cobrar que o cruel Golpe chileno, financiado pelo Tio Sam, seja lembrado e discutido por uma mídia golpista, tendo na Globo seu principal símbolo. Globo esta, que foi concedida a Roberto Marinho, pelas mãos de militares, que chegaram ao poder pelo golpe de 1964, também financiado pelos Estados Unidos. Relembrar o golpe chileno representa lembrar as conquistas socialistas destruídas no Chile, relembrar também, as ditaduras sul americanas financiadas pelos Estados Unidos, e nos fazer chegar à conclusão de que, afinal, os Estados Unidos não simboliza nem um pouco a democracia, pelo contrário, simbolizam a tirania, tirania essa que eles dizem lutar contra.
11 de setembro e o terrorismo no Chile
Por Augusto Buonicore: http://altamiroborges.blogspot.com/2011/09/11-de-setembro-e-o-terrorismo-no-chile.html
Chile - 11 de Setembro de 1973: http://naoapaguemamemoria2.blogspot.com/2007/09/chile-11-de-setembro-de-1973.html
Se por um lado, o 11 de Setembro americano foi chocante pelas imagens, e representou um marco para a era da informação, por outro lado, o 11 de Setembro também representa um atentado terrorista, um atentado terrorista contra a democracia, que culminou no Golpe de Estado de 1973, contra o Governo socialista de Salvador Allende, eleito democraticamente pelo povo, que conseguiu significativos avanços sócio-econômicos.
Mas de fato, não se pode cobrar que o cruel Golpe chileno, financiado pelo Tio Sam, seja lembrado e discutido por uma mídia golpista, tendo na Globo seu principal símbolo. Globo esta, que foi concedida a Roberto Marinho, pelas mãos de militares, que chegaram ao poder pelo golpe de 1964, também financiado pelos Estados Unidos. Relembrar o golpe chileno representa lembrar as conquistas socialistas destruídas no Chile, relembrar também, as ditaduras sul americanas financiadas pelos Estados Unidos, e nos fazer chegar à conclusão de que, afinal, os Estados Unidos não simboliza nem um pouco a democracia, pelo contrário, simbolizam a tirania, tirania essa que eles dizem lutar contra.
11 de setembro e o terrorismo no Chile
Por Augusto Buonicore: http://altamiroborges.blogspot.com/2011/09/11-de-setembro-e-o-terrorismo-no-chile.html
Chile - 11 de Setembro de 1973: http://naoapaguemamemoria2.blogspot.com/2007/09/chile-11-de-setembro-de-1973.html
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